Falta de Valorização do Engenheiro Agrônomo foi pauta durante evento nacional

25 de novembro de 2013, às 16h30 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

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"Defesa dos interesses do Engenheiro Agrônomo no Poder Legislativo Federal e a atuação da Frente Parlamentar em defesa da Engenharia e da Agronomia" foi o tema da Mesa Redonda que teve como expositor o deputado federal Augusto Rodrigues Coutinho de Melo.
 
 
Coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Engenharia, o Coutinho considerou muito importante a temática sobre segurança alimentar em debate no XXVIII Congresso Brasileiro de Agronomia e assegurou que irá formalizar as propostas apresentadas pelos congressistas em busca de avanços no setor.
 
 
A classe rejeita a proposta prevista na PL 356/2013 do Senado e a PL 6765/2013 e espera revogação do artigo 84 da Lei 5194/66. Quer ainda que o Sistema Confea/Crea assuma oficialmente a defesa dos profissionais de nível superior, em relação à rejeição do proposto no projeto de Lei 6765 da Câmara dos Deputados.
 
 
"Temos muitas coisas erradas, mas estamos avançando, com discussões democráticas. Estou na política há 20 anos e o desgaste é grande, mas quando bem feita, ela muda a vida das pessoas. Tem muito político safado, mas quem o coloca lá é o povo e, às vezes, através de dinheiro. É lamentável", comentou o deputado pernambucano.
 
 
Ao destacar a importância de Mato Grosso no setor do agronegócio, responsável por 2% do alimento consumido no mundo, ele elogiou os organizadores do CBA. Por sua vez, o deputado estadual, José Domingos, que também participou como expositor, lembrou que mesmo contando com importantes escolas de agronomia, Mato Grosso abre oportunidade a muita gente que vem de fora e ainda subsistem 70 mil famílias no campo que vivem em extrema pobreza.
 
 
Durante o encontro o engenheiro agrônomo Eudes de Souza Leão Pinto, presidente da Academia Brasileira de Ciência Agronômica foi homenageado pela organização do evento e em seu discurso lembrou que precipuamente o engenheiro agrônomo precisa ser valorizado nessa hora em que o Brasil assume a posição de liderança no fornecimento de alimentos para o mundo. "Quando visitamos os Estados Unidos em tempo de guerra, com vistas a melhorar nossa produção agrícola, de modo a não faltar alimento em momentos críticos, pude observar o valor que aquela Nação dá ao engenheiro agrônomo. Quando me apresentei ao presidente John Kennedy como engenheiro agrônomo fui chamado de bem feitor, aquele que alimento o mundo e ganhei destaque dos demais da comissão." Eudes comentou ainda que além de ser visto como indispensável para a economia dos Estados Unidos, maior nação do mundo, uma vez que é o engenheiro agrônomo leva à indústria e ao comércio as riquesas da pátria e da humanidade é ainda o país onde o engenheiro agrônomo é melhor remunerado. "Se os Estados Unidos vê no engenheiro agrônomo a solução para a fome do mundo o que esperar do Brasil, que detem a maior produção agrícola do mundo?" finalizou o seu discurso desejando que os engenheiros saibam trabalhar unidos.
 
 
Aberta a palavra ao público, os conselheiros do Crea-RS também chamaram a atenção para a inversão de valores que está ocorrendo. "Não se trata de discriminação, o campo precisa de engenheirso e técnicos, mas há que se tomar alguma medida. A capacitação, a preparação e as atribuições precisam ser distinguidas. Biólogos, arquitetos, zootecnicas, assim como os técnicos estão desempenhando função que cabe somente ao engenheiro agrônomo e se medidas não forem tomadas será o fim do Sistema", alertou o coordenador nacional da Câmara Especializada de Agronomia, Juarez Morbini.
 
 
O fato de não haver comparecido qualquer representante do governo do Estado ao evento e a mídia nacional não ter dado destaque ao evento rendeu críticas entre os participantes, apesar de não ter avido investimento em mídia com a divulgação de apoiadores e patrocinadores, a exemplo de propagandas de rádio, TV e outdoor como contrapartida. "É frustrante sermos ignorados. Parece que não significamos nada para ninguém. Como seríamos tratados se não trouxessemos esse resultado estrondoso para o Brasil?", lamentou em reflexão o engenheiro agrônomo Ivo Lessa. 
 
 
O presidente do Crea-MT, Juares Samaniego e o presidente da AEA-MT, também participarm da Mesa Redonda.