Funcionários fazem protesto contra divisão do Ibama

30 de maio de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Servidores do Ibama – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, que estão em greve há duas semanas, realizaram em 29 de maio, no Rio de Janeiro, uma manifestação aproveitando a presença da ministra Marina Silva. Ela participou da abertura da 50ª Reunião Extraordinária do Conama – Conselho Nacional de Meio Ambiente.

Durante o discurso de Marina Silva, os manifestantes, que estavam na platéia, ergueram faixas e cartazes em protesto à Medida Provisória 366/07, que prevê a divisão do Ibama e a criação do Instituto Chico Mendes. O órgão hoje existente continuaria responsável pelos licenciamentos e fiscalização ambientais, enquanto a nova instituição teria como principal atribuição a gestão das Unidades de Conservação do meio ambiente.

De acordo com os servidores, que entregaram uma carta à ministra, a mudança enfraqueceria a gestão ambiental, ao dividi-la. Eles também reclamaram da maneira como foi proposta a mudança, através de Medida Provisória. Em resposta ao protesto, a ministra disse que está aberta ao diálogo, mas garantiu que não existe qualquer possibilidade de modificação na decisão por parte do ministério.

“Nós temos 60 milhões de hectares de unidades de conservação e é impossível cuidar de tudo isso com apenas uma diretoria. Nós queremos uma instituição que tenha agilidade para proteção dos imensos ativos ambientais para viabilizar a pesquisa, o turismo sustentável e a visitação. Estamos abertos para o diálogo, mas a decisão de criar o instituto está tomada e vamos trabalhar democraticamente no Congresso Nacional para a sua aprovação”, disse.

A ministra lembrou que a criação do Ibama, há 19 anos, também através de medida provisória, enfrentou resistência semelhante e hoje os resultados são visíveis à população.

Questionada sobre a possibilidade de a greve dos servidores em todo o país estar atrasando a concessão do licenciamento ambiental para as obras das hidrelétricas do Rio Madeira, Marina Silva apenas disse que o ministério está avaliando as respostas que foram encaminhadas pelo consórcio Odebrecht Furnas (responsável pelos estudos sobre o impacto ambiental do projeto), como complemento ao Estudo de Impacto Ambiental, realizado pelo Ibama.

“Nós não trabalhamos com a idéia de prazo, mas de urgência, e no tempo oportuno vamos nos manifestar”, disse.

Fonte: Agência Brasil