Gestão Risco de Desastre: Bacias Hidrográficas

21 de maio de 2024, às 16h34 - Tempo de leitura aproximado: 3 minutos

Compartilhar esta notícia

A gestão de bacias hidrográficas se torna ainda mais crucial diante dos recentes desastres causados pelas chuvas no Rio Grande do Sul, os quais têm servido como alerta para todo o Brasil.

A necessidade urgente de implementar medidas eficazes de prevenção e gestão de desastres em todo o país é evidente, considerando que enchentes e inundações, incêndios florestais e períodos de seca representam ameaças significativas para as comunidades, resultando em danos materiais, perdas humanas e impactos ambientais.

É importante ressaltar que todos esses eventos ocorrem dentro das bacias hidrográficas, evidencia ainda mais a importância de uma abordagem integrada na gestão dessas áreas para mitigar os riscos e proteger as populações afetadas. A bacia hidrográfica pode ser considerada como a unidade de controle para as entradas e saídas de fluxos contínuos de materiais, essencial para a gestão dos recursos hídricos e a proteção ambiental. A ocorrência de chuvas intensas, aliada a práticas inadequadas de uso, manejo e ocupação do solo, pode aumentar significativamente o risco de desastres naturais, como inundações e deslizamentos de terra.

A gestão adequada das bacias hidrográficas é essencial para prevenir desastres e proteger tanto o meio ambiente quanto as comunidades próximas. Dentro de uma bacia hidrográfica, a interação entre chuvas e o uso do solo desempenha um papel vital. Práticas inadequadas de ocupação do solo podem aumentar o risco de catástrofes naturais, como inundações e deslizamentos de terra. Portanto, uma abordagem eficaz envolve medidas de conservação do solo, reflorestamento, controle de enchentes, monitoramento da qualidade da água e engajamento das comunidades locais em práticas sustentáveis. Tais ações são fundamentais para mitigar os impactos dos eventos climáticos extremos e garantir a segurança e o bem-estar das populações afetadas.

No Mato Grosso, os incêndios florestais e os períodos de seca são fontes de prejuízos significativos, com impactos devastadores tanto para o meio ambiente quanto para a população. Os incêndios destroem vastas áreas de vegetação, prejudicando a biodiversidade e contribuindo para o aumento das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, a fumaça resultante prejudica a qualidade do ar, afetando a saúde das pessoas e a economia local.

Os períodos de seca agravam ainda mais a situação, aumentando o risco e a intensidade dos incêndios, além de comprometerem o abastecimento de água e a produção agrícola. A escassez de água durante os períodos secos afeta não apenas a agricultura, mas também a vida selvagem e os ecossistemas aquáticos.

É essencial investir em políticas públicas que promovam o ordenamento territorial adequado e incentivem práticas de conservação ambiental. Além disso, é crucial aumentar a conscientização da população sobre os riscos associados a eventos extremos e a importância de se preparar e responder de forma adequada a tais situações. Somente através de uma abordagem integrada e colaborativa, envolvendo governo, comunidades e setor privado, podemos reduzir efetivamente os impactos dos desastres causados pelas chuvas, incêndios florestais e períodos de seca em todo o Brasil.

Essa cooperação entre diferentes setores é essencial para desenvolver e implementar políticas eficazes de prevenção e gestão de desastres, assim como para promover medidas de preparação, resposta e recuperação. Trabalhando em conjunto, podemos minimizar os impactos desses eventos extremos.

A situação exposta tem como objetivo contribuir com o debate, buscando uma melhor visualização e compreensão do assunto Bacia Hidrográfica, que inclui também a engenharia florestal, responsável pelo uso sustentável dos recursos florestais, propondo uma discussão contributiva, aprimorando os aspectos que parecem importantes para uma abordagem compreensível do tema.

Cícero Ramos é Engenheiro Florestal, vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Engenheiros Florestais (AMEF), Coordenador da Câmara Nacional de Engenharia Florestal, possui especialização em Geoprocessamento e Prevenção, Controle, Combate à Incêndios Florestais. Consultor autônomo. E-mail: icaraima@gmail.com