Incêndio começa a atingir área yanomami
2 de março de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos
Técnicos da Fundação Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia (Femact) identificaram ontem durante sobrevôo um grande incêndio na região de Campos Novos, Município de Iracema, que avança para áreas das comunidades indígenas localizadas na reserva yanomami, próximo daquela região.
O chefe da Divisão de Fiscalização da Femact, Fábio Machado, disse que o fogo está intenso, não sendo mais passivo de controle. “Conseguimos ter uma visão do Município de Iracema e da região de Campos Novos, após obtermos a informação da realização de algumas queimadas sem autorização. Apesar do monitoramento, a equipe constatou que o incêndio está fora de controle. No domingo a fiscalização estava no local, mas até os técnicos não sabem como o fogo iniciou”.
Machado alerta os produtores para que não realizem queimadas neste período, pois está muito seco, e a falta de acompanhamento de um grupo especializado pode causar grandes estragos como o que está ocorrendo na região. O técnico não descartou a possibilidade de um novo incêndio como o ocorrido em 1998.
“O fogo está se alastrando de Campos Novos para Apiaú, partindo para área yanomami. Se não houver cuidado, como não existe previsão de chuva, pode ocorrer outro grande incêndio como em 98”, frisou.
Mesmo estando na área, os bombeiros não estão combatendo o incêndio florestal por falta de efetivo. Apenas os incêndios gerados com queimadas de derrubadas realizadas por agricultores são monitorados, pelo fato de os bombeiros não estarem em estado de emergência, mas de alerta total.
No caso específico de Campos Novos, os soldados estão atendendo os colonos, buscando evitar que o incêndio chegue aos sítios. “Apesar de todo o trabalho que estamos realizando, já queimaram bananal, mandioca e macaxeira. O prejuízo está sendo enorme para colonos de seis vicinais que já foram atingidas pelo fogo”, acrescentou.
A ação de fiscalização está sendo coordenada pela diretoria de monitoramento e controle ambiental. O diretor Alziro Messa esclareceu que a Femact continuará realizando o trabalho de prevenção e acompanhamento das queimadas na região. “Vamos continuar fazendo monitoramento e fiscalização para tentar saber quem está tocando fogo nessa época, onde as queimadas estão proibidas. Se os autores dessas queimas ilegais forem pegos vão sofrer as sanções passíveis em lei”, frisou. A pena para quem for pego fazendo queimada é de detenção de 6 meses a 2 anos, mais multa que varia de R$ 1.000,00 a R$ 50 mil por hectare.
Somente nos dois primeiros meses do ano, mais de 400 ocorrências de incêndios e queimadas em Roraima foram registradas. No mês de janeiro foram 180 e, em fevereiro, 130 queimadas, numa média de 4,6% ao dia. Na zona rural, foram quase 100 ocorrências de incêndios de pequeno e médio porte nas localidades rurais próximas a Boa Vista.
Fonte: Folha de Boa Vista.