Madeira irregular apreendida é disponibilizazda para doações

1 de março de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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O acúmulo de madeira irregular apreendida em Mato Grosso é um aviso às instituições que estejam em obra ou queiram construir, porque cada metro cúbico do material serve a um único fim: doação. No entanto, para isso, é preciso requisitar o material.

O órgão responsável por toda a madeira apreendida é o Juizado Volante Ambiental (Juvam). Por isso, é para lá que devem ser encaminhados os pedidos de doação. Por ofício.
A madeira fica exposta no pátio da Delegacia do Meio Ambiente e em um galpão do Estado no Distrito Industrial.

Entre o pedido e a aceitação dele, pode se passar de apenas dias a até ano. O conciliador do Juvam, Alexandre Corbelino, explica que não é possível prever o tempo de espera. “O projeto tem que ser avaliado pela Sema (Secretaria de Estado de Meio Ambiente) e o Indea (Instituto de Investigação, Desenvolvimento e Estudos Avançados), dizendo qual madeira é, mas quem decide é o juiz ambiental (José Zunquim)”.

Segundo Corbelino, no momento, há uma quantidade considerável de madeira, referente a mais de 50 procedimentos criminais instaurados no Juizado após apreensões somente este ano. Ao todo, são 700 tramitando.

A madeira, uma vez doada, serve a projetos sociais. Como os desenvolvidos pela Central Única das Favelas (Cufa), que está fazendo um projeto para pleitear o material. “Estamos implantando uma biblioteca no bairro Jardim Vitória e precisamos ampliar o espaço para podermos também implantar lá um núcleo de serigrafia. Temos como estratégia de ação trabalhar com os moradores, mas também o público escolar”, explica o DJ Taba, da liderança da Cufa em Cuiabá.

O transporte irregular de madeira é que gera as apreensões, que podem ser feitas pelo Indea, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Sema. Mas os envolvidos geralmente incorrem em crime ambiental por excesso de carga, por ter dado informação errada sobre a essência florestal e sobre a classificação do material, se é tora ou madeira serrada, como informa a coordenadora de Fiscalização Florestal da Sema, Maíza Valéria.

As madeiras mais apreendidas em Mato Grosso são cambará, cedrinho, jatobá, garopeira, carejeira. Mas aqui há também as de extração proibida, como o mogno e a castanheira, além das que só podem ser retiradas mediante plano de manejo.

O fiscal da Sema Joelson Figueiredo explica que manejo é a melhor forma de utilizar o ambiente para que ele se recupere sozinho dos impactos. Conforme ele observa, 30% dos que extraem madeira em Mato Grosso fazem isso ilegalmente, principalmente em nome da pecuária.

Outro fiscal, Paulo César de Lima, observa ainda que a maioria dos cortes aqui ainda é feita de forma manual, com motosserras, em locais de difícil acesso. Na opinião dele, a situação já foi pior durante a colonização do Estado e algum avanço na fiscalização ajudou.

Fonte: Diário de Cuiabá.