Mato Grosso já mede prejuízo pelas chuvas
23 de fevereiro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos
Em Lucas do Rio Verde a queda de produtividade estimada é de 20%. De acordo com o presidente do Sindicato Rural do município, Júlio Cinpak, essa é a estimativa média, pois há produtores que perderam mais – até 50% – e outros menos. Na maioria dos casos, já extrapolou as lavouras do grão de ciclo precoce e atinge também as de ciclo normal.
A colheita no município começou em janeiro e, até agora, foram retirados do campo cerca de 70% do total plantado, estimado em 230 mil hectares. Estima-se que desses, 46 mil hectares tenham sido perdidos, o equivalente a 2,5 milhões de sacas e prejuízo de R$ 62,5 milhões. Assim, Cinpak estima que a produtividade prevista de 55 sacas por hectare será reduzida de 42 a 45 sacas. “Esse desempenho pode ser ainda pior. Vai depender se as chuvas vão continuar ou não”, explica.
Além de Lucas do Rio Verde, as chuvas na colheita atingem outros municípios do Médio Norte, região que responde por 38% da área total do estado. Entre eles, Sorriso onde a quebra foi estimada em 8%, de acordo com Cinpak. Esse percentual corresponde a 48 mil hectares – a área total é 600 mil – e equivale a cerca de 2,9 milhões de sacas – se considerar a produtividade de 55 sacas por hectare prevista para o município.
Em Ipiranga do Norte, as chuvas danificaram algumas estradas vicinais e está intensificando as perdas, até então, limitadas às lavouras. O presidente do Sindicato Rural do município, José Nilton Mafra, conta que caminhões estão ficando até dois dias atolados nas estradas que ligam as propriedades aos armazéns. Como o grão já está saindo do campo com altos índices de umidade – em torno de 32% – mais dois dias de manutenção da umidade dentro caminhão são suficientes para apodrecê-lo, segundo Mafra. “Sem contar que as cargas ficam paradas pelo menos um dia na fila dos secadores dos armazéns, que estão congestionados pois demandam mais tempo para secar os grãos”, complementa.
Mafra estima que 25% da área total de 218 mil hectares estejam perdidas. Juntos, Ipiranga do Norte e Lucas do Rio Verde somam 450 mil hectares, cerca de 10% da área total de Mato Grosso – 5,3 milhões de hectares. A Federação da Agricultura de Goiás (Faeg) também divulgou que 10% das lavouras goianas de soja precoce ainda não colhidas estão apodrecidas. No estado, as chuvas intensas estão atingindo, principalmente, o Sudoeste, que detém cerca de 50% da área total de soja do estado, estimada em 2,3 milhões de hectares.
Lá, em torno de 40 mil hectares de soja precoce foram perdidos, o equivalente a cerca de 2,2 milhões de sacas, segundo o presidente em exercício da Faeg, José Mário Schreiner. O prejuízo é equivalente a R$ 67 milhões – se considerar a cotação de ontem da saca em Rio Verde (R$ 30,50).
Fonte: Gazeta Mercantil.