Moinhos brasileiros temem crise
19 de março de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto
Fonte:Diário de Cuiabá
Em mais um golpe estratégico, o governo da Argentina autorizou a retomada das exportações de farinha de trigo, suspensas desde o dia 8 de março sob a alegação de proteção do abastecimento interno. As exportações de trigo, contudo, ainda estão suspensas. Para o Brasil, a decisão dos argentinos vai afetar gravemente a indústria, uma vez que a principal fonte da matéria-prima trigo é a Argentina.
“Seremos obrigados a comprar a farinha deles, pois não teremos trigo para moer visto que eles fecharam as exportações e isso será péssimo para o setor. Nossa indústria ficará ociosa. Por isso mesmo pediremos ao governo brasileiro que tome alguma atitude para evitar uma crise dos nossos moinhos. Chegam até ser incoerentes. Eles param de exportar trigo porque temem falta do produto no mercado interno, mas continuam vendendo farinha, sem afetar o próprio desabastecimento”, afirma Samuel Hosken, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo – Abitrigo.
No início de março, a entidade já havia feito apelo sobre a tarifa Externa Comum (TEC) de 10%, que é cobrada de mercados fornecedores, que não o da Argentina. A Abitrigo exige TEC de 0% para todos fornecedores de trigo, evitando, assim, a dependência dos argentinos.