O CLIMA DE CUIABÁ, A CIDADE QUE ERA VERDE
23 de outubro de 2016, às 16h05 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos
Cuiabá já foi conhecida como cidade verde, mas será que ainda pode ser chamada assim? Neste artigo abordarei um pouco sobre a importância das arvores e dos rios para o controle climático local, o chamado microclima. Para que esse tema seja discutido precisamos também conversar um pouco sobre plano diretor, cartas geotécnicas e políticas de uso e ocupação do solo.
Pois bem, vamos começar pelas arvores! Quantas foram arrancadas nas últimas décadas em prol de uma “cidade moderna”? Com certeza muitas. O efeito dessa ação irresponsável é a piora da qualidade de vida de toda população, visto que sem as arvores temos uma cidade com um ambiente no mínimo mais quente, além dos prejuízos que ocorrem em relação à qualidade do ar e em relação infiltração de água no solo.
A canalização de córregos também possui um efeito muito negativo no controle climático local, visto que a lâmina de água dos rios realiza troca térmica com o ar, e, desta forma, auxilia na redução da temperatura de uma microrregião.
Os exemplos de obras que reduziram o número de arvores de nossa cidade ou/e canalizaram córregos são muitos. Será que os gestores públicos não se importam com a nossa qualidade de vida? Será que querem deixar Cuiabá ainda menos verde e mais calorosa? Em época de eleição essa, com certeza, é uma pergunta pertinente.
Em minha formação como geólogo, aprendi a importância do planejamento do uso e ocupação do solo, a função de uma carta geotécnica, a importância dos estudos técnicos na definição de obras pública e a elaboração planos diretores. Esses estudos permitem as gestões públicas realizarem obras com qualidade, garantindo um desenvolvimento urbano adequado e melhore a qualidade de vida de nossa população. Se isso não for realizado, conviveremos cada vez mais com obras faraônicas minadas de defeitos e que prejudicam a todos nós. Precisamos de cidades pensadas para as pessoas!
Caiubi Kuhn
Docente do Instituto de Engenharia, Campus de Várzea Grande, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT);
Conselheiro-Suplente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA);
Diretor de Benefícios e Relações Sindicais do Sindicato dos Geólogos do Estado de Mato Grosso (SINGEMAT);
Presidente da Associação de Geólogos de Cuiabá (GEOCLUBE);