O lugar do velho na cidade: Importância da memória
21 de agosto de 2012, às 15h12 - Tempo de leitura aproximado: 19 minutos
Rita de Cássia Almeida, historiadora, mestre em Ciências da Engenharia Ambiental e doutoranda junto ao PPGSEA/USP – São Carlos. E-mail: rita@cdcc.sc.usp.br.Norma Felicidade Lopes da Silva Valencio, docente do departamento de Ciências Sociais da UFSCar e professora colaboradora do PPGSEA/USP- São Carlos. E-mail: normaf@power.ufscar.br
Introdução
As grandes e médias cidades crescem, no Brasil, em torno de oportunidades de emprego e renda, rotinas, bens culturais e hábitos, que dispensam o velho do convívio, lançando-o na invisibilidade social.
A pressa do dia-a-dia, o valor social das novidades e a tecnificação do modo de vida urbano não permitem ao velho formas de expressão e de satisfação adequados às suas necessidades assim como falta lugar e tempo apropriados para interagir. Fica, o mesmo, à margem da sociabilidade corrente no lar e na cidade. No lar, não raro é considerado como um estorvo, mesmo quando a condição de estabilidade econômica e social dos demais membros da família derivam de seu esforço. Sua renda pode constituir-se fonte importante de provimento do domicílio, na forma de aposentadoria ou resultante do patrimônio que gerou; seus serviços domésticos podem ser úteis no trato das rotinas da casa, como cuidador regular dos bens e das crianças; e, no entanto, o desprestígio persiste. É corrente a representação do velho como um fardo que a família moderna carrega, sendo socialmente aceitável descartá-lo da convivência diária tão logo não esteja apto às funções supra, as últimas que restam quando os papéis ativos na cidade também lhe são negados e o território adquire uma dinâmica apartadora lastreada nas novidades.
A organização racional e o crescimento urbano são essenciais para o incremento sócio-econômico e cultural da sociedade. Entretanto, conforme isso ocorre há, ao contrário do que se espera, graves danos ambientais que limitam as formas societárias dos grupos que ali coexistem. O impacto das escolhas no morar, transitar, trabalhar, gera alterações na paisagem e perda das funções ecológicas dos sistemas ambientais, interferindo nas atividades e funções da própria sociedade.
A cidade é desenhada continuamente de molde a que seus fixos e fluxos ajustem-se à performance do adulto jovem: os sinaleiros dão ao pedestre o tempo de correr, de uma esquina à outra, da ameaça do carro que ruge, o que não cabe no tempo de locomoção do velho; as praças, em cujas sombras das árvores reuniam-se os antigos do lugar, cedem tristemente ao cimento e ao desprezo comunitário, o shopping center sendo o refúgio coletivo; os córregos, com memórias de pescarias e de lazer, jazem silenciados sob a canalização, subordinados à ocupação intensiva. Os lugares que delimitavam espacialmente a sociabilidade do velho são descartados para materializar as demandas modernas. Frente à mudança das funções do território, o velho é tido como inábil, como aquele que apresenta restrições para assimilar os novos significados e as condutas requeridas.
Não haver lugar para o velho na cidade não implica, contudo, que este território seja agradável à fruição dos demais. Embora sua reinvenção quotidiana, a cidade que descarta os antigos do lugar também descarta os mais pobres, as crianças, o meio ambiente natural, introduzindo uma paisagem tecnologizada que mal acoberta os aspectos decompósitos e degradados da vida social dos que lá se inserem.
No Brasil, as cidades são sistemas com baixa reflexividade, isto é, seus processos e fixos são passíveis de produzir riscos aos cidadãos sem que haja vontade política de reconhecê-los e reduzi-los na medida das necessidades coletivas. Sabe-se que danos à saúde por poluição atmosférica decorrem da comodidade dos veículos movidos a combustão fóssil, mas há uma indisposição para discutir abertamente essas correlações e assumir-se decisões em torno de outras alternativas de locomoção. Este é um dos exemplos de que as condutas cotidianas na cidade orbitam num individualismo desintegrador de um projeto social mais saudável.
Assim, é necessário um duplo repensar: de um lado, o repensar da cidade, restituindo uma dinâmica espacial que dê dignidade aos seus habitantes e os integre num novo projeto de lugar; de outro, o repensar do velho na cidade, buscando incluí-lo no esforço de recuperação do lugar, voltando a caber nos processos que se desenrolam no seu entorno, o que implica em refletir sobre o seu papel como guardador da memória coletiva.
Não é original propiciar, ao velho, uma função privilegiada no esforço público de manutenção/recuperação dos elementos histórico-ambientais do território através da memória, já que o exercício da velhice nas sociedades pré-modernas tinha essa componente. As circunstâncias hodiernas, nas quais há o aparecimento das chamadas novas institucionalidades em torno da questão ambiental e a implementação da Política Nacional do Idoso, podem ser consideradas favoráveis a que esse papel seja retomado.
1. Os elos da memória: passado e presente, indivíduo e sociedade
A memória tem um valor intrínseco como experiência coletiva. É ela quem confere sentido às relações sociais e ao território que historicamente tais relações produzem.
O sujeito privilegiado para portá-la é o velho. O mundo dos velhos é o da memória, através da qual se reconhece, se identifica:
(…) somos aquilo que lembramos (…) a nossa riqueza são as lembranças que conservamos e não deixamos apagar e das quais somos o único guardião. (…)se o mundo do futuro se abre para a imaginação, mas não nos pertence mais, o mundo do passado é aquele no qual, recorrendo a nossas lembranças, podemos buscar refúgio dentro de nós mesmos, debruçar-nos sobre nós mesmos e nele reconstruir nossa identidade. (Bobbio, 1997, p. 30 e 54).
A memória não conta apenas a história do indivíduo, mas de seu grupo. Produz elos entre os significados do presente e do passado para o coletivo de sua convivência. Muito da afirmação social do velho reside em que possa dizer ao grupo sobre os porquês de processos temporalmente extensos, cujas influências se faz sentir mas cujos significados fogem à compreensão imediata dos mais novos do lugar. Uma vez que o diga, dá às imagens, às representações e aos valores do passado condições de submeterem-se a um novo crivo no qual o grupo encontra razões diferentes para preservá-los ou transformá-los.
A memória, onde cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado para servir o presente e o futuro. Devemos trabalhar de forma a que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens (Le Goff, 1996, p. 477).
Rememorar era a função do velho nas civilizações tradicionais, na qual representava o guardião da memória do grupo, o depositário do saber da comunidade. Nas sociedades sem escrita, havia os guardiões dos códices reais, chefes de família idosos, bardos e sacerdotes que tinham o importante papel de manter a coesão de seu grupo social (Le Goff,1986). Em seu livro sobre memória de velhos, Bosi (1994) relata uma antiga lenda balinesa que fala sobre um lugar longínquo onde outrora se sacrificavam os velhos. Com o tempo, não teria restado nenhum avô que contasse as tradições para os netos. A lembrança das tradições se perdeu. Um dia, quiseram construir um salão de paredes de troncos para a sede do Conselho. Diante dos troncos abatidos, os construtores viam-se perplexos. Quem poderia informar onde estava a base para ser enterrada e o alto que serviria de apoio para o teto? Nenhum deles poderia responder: há muitos anos não se levantavam construções de grande porte e eles tinham perdido a experiência. Um velho, que havia sido escondido pelo neto, aparece e ensina a comunidade a distinguir a base e o cimo dos troncos. Nunca mais um velho foi sacrificado. Essa lenda reporta uma restituição do valor social do velho. Mas a restituição é sempre um processo difícil, posto que implica em reconhecimento do erro de ter se permitido a perda de algo ou de alguém.
À medida em que a memória escrita acrescentou-se à memória oral, tornou-se mais difícil aceitar aqueles a quem cabia, pela repetição, guardar os valores e a trajetória do grupo. A relação com a realidade passou a se constituir menos das impressões sensoriais sobre os acontecimentos importantes para manter a coesão do grupo e mais de formulações racionalizadas a forjar instrumentalmente às conformações políticas de um poder distanciado. As imagens que cabiam na memória oral tornaram-se distintas daquelas que os documentos oficiais passaram a suscitar. Sujeitos, propósitos e temporalidades diferentes movem ambas as memórias, a oral e a escrita. A consciência do tempo e do grupo já não compete ao ente vivo mas ao instrumento, que pode transcedê-lo.
A memória coletiva possibilita, por um lado, integrar indivíduos e, por outro, evocar traços e problemas da memória histórica ou da memória social.
Os laços de convivência familiares, escolares, profissionais são alguns dos quais a memória passa como corrente, compondo significados e condutas comuns e/ou complementares. É um fator unificador na medida em que é o grupo quem lhe dá suporte, as lembranças se afirmando umas nas outras, formando um sistema (Bosi,1994), embora cada memória individual seja um ponto de vista sobre a memória coletiva, prenhe de elementos adquiridos durante a experiência de vida do indivíduo (Halbwachs,1990). Assim, para que lembranças possam ser rememoradas e reconhecidas, é preciso que essa rememoração se opere a partir de dados ou de noções comuns que se encontram tanto no espírito do indivíduo quanto no do coletivo com o qual interage (…)porque elas passam incessantemente desses para aquele e reciprocamente, o que só é possível se fizeram e continuam a fazer parte de uma mesma sociedade (Halbwachs, 1990, p. 34).
O velho, como depositário privilegiado da memória coletiva, tem uma importante função social ao trazer à tona memórias esquecidas ou não conhecidas, que correm em paralelo à memória oficial e escrita, podendo, com isso, ampliar a compreensão do conteúdo das últimas. Se a memória pode ser representativa de um grupo social, fonte legítima de informação e reconstrução dos acontecimentos que repercutem na história de dada sociedade, pode revelar aspectos desconhecidos de eventos conhecidos bem como aspectos desconhecidos de eventos igualmente ignorados. O desconhecimento faz da memória uma fonte histórica diferente de todas as outras, e o velho seu informante privilegiado por poder contar não apenas o que o povo fez, mas o que queria fazer, o que acreditava estar fazendo e o que agora pensa que fez (Portelli, 1997, p. 31), trazendo perspectivas diferentes sobre um mesmo evento.
Relembrar é refletir dialeticamente sobre o presente e o passado, pois tanto permite relativizar a importância de acontecimentos, situações e lugares do passado em vista do presente, quanto seu contrário, retirando o valor absoluto das coisas. Relembrar é, ainda, poder transcender às marcações políticas e econômicas institucionalizadas, pois o peso das experiências passadas, tanto individuais quanto coletivas, pode trazer temporalidades que as marcações documentais não conseguem dar conta. Mas, o acesso a essa temporalidade alternativa não tem sido suficiente para suscitar um espaço de relações mais fecundas no mundo do velho.
No geral, o valor social do velho, e o exercício de sua cidadania, está depositado na inserção num espaço formal de trabalho. Fora desse, está inserido em relações unilaterais e estigmatizantes, nas quais o velho já teria cumprido seu papel. A aposentadoria efetivaria a substituição do velho pelo novo, a experiência de toda uma existência tida como algo plenamente absorvida pelo grupo em idade ativa; ou melhor, sua memória seria vista como um arsenal de informação prescindível, portanto, uma memória descartada. A ruptura das relações econômicas desqualifica as relações extra-econômicas e há uma progressiva marginalização do velho e, portanto, de um conjunto de direitos de cidadania deste sujeito.
Daí, porque muitos são os velhos que insistem em permanecer no exercício de seu trabalho, para não perder a sua identidade, perante o outro, como sujeito capaz. A aposentadoria, que secundariza as relações do jovem com o velho, é um processo de silenciamento progressivo da memória coletiva de que ele é guardador. E isso leva a uma morte de aspectos da vida coletiva do qual o grupo não se dá conta.
2. A importância da memória no significado do lugar
Na memória, a paisagem fica marcada pelas tensões, sucessos e fracassos da história de uma sociedade. Nela, podemos encontrar as marcas significativas da evolução histórica de um povo, reconstruindo assim o espaço, os fixos e os fluxos que já se foram. Por ela passou todo o filtro do tempo e, portanto, através dela se pode re-ler o mundo, como afirma Moreira (1993). Para além de fonte de consulta valorosa, a memória trata de vínculos sociais.
Ao ver uma paisagem que o rodeia ser modificada, o velho, para quem essa paisagem era parte de seu universo e cujas lembranças se ligavam a essas imagens, agora perdidas, sente que parte de si mesmo está se perdendo também e lamenta ter vivido tanto tempo para ver isso acontecer.
(…) perder seu lugar no recanto de tal rua, à sombra daquele muro, ou daquela igreja, seria perder o apoio de uma tradição que as ampara, isto é, sua única razão de ser. (Halbwachs, 1990, p. 138).
Ao abordar os vínculos de antigos moradores com o seu lugar, Bosi (1994) identificava as perdas simbólicas associadas às paredes ruídas, aos jardins cimentados. Não seria a tristeza do indivíduo a mudar o rumo das perdas, mas a força de suas relações:
(…) só o grupo pode resistir e recompor traços de sua vida passada (…) Quando não há essa resistência coletiva, os indivíduos se dispersam e são lançados ao longe, as raízes partidas (Bosi, 1994, p. 452).
A recuperação desse passado, dessas paisagens destruídas, por meio das lembranças partilhadas desses indivíduos, faz deles novamente um grupo, cria a resistência necessária para manterem-se juntos, coesos, vivos. O vínculo social é, pois, o que dá significado às casas, às praças, e é o que as podem reconstruir. Se os vínculos se vão, todo o resto que se mantenha perde sentido e o que se desmaterializou não mais é refeito. A resistência do grupo, mantendo viva a memória das paisagens, dá persistência ao lugar. O espaço ocupado pelo um grupo fica demarcado. Mesmo apagando-se as marcas, ficam os rastros. A memória do grupo permanece. A memória só morre quando o grupo desaparece. O espaço recebeu as marcas do grupo e o grupo também está marcado pelo espaço que ocupou. Somente o grupo conhece bem as trilhas que esse espaço possui, porque suas trilhas são as trilhas de sua vida, ambas intrinsecamente ligadas.
A relegação do velho, como aspecto estrutural da sociedade brasileira, começa a ser socialmente questionável, o que está manifesto, dentre outros, nas discussões públicas que culminaram na formulação da Política Nacional do Idoso. Tal política, através da Lei 8.842, de 4 de janeiro de 1994, e regulamentada pelo Decreto 1.948, de 3 de julho de 1996, dispõe que os direitos sociais do idosos devem ser assegurados, entre outros: na valorização de sua convivência familiar em detrimento do atendimento asilar; como sujeito prioritário de atendimento em órgãos públicos; foco de programas habitacionais e projetos de eliminação de barreiras arquitetônicas; como demandante de bens culturais específicos.
Da necessidade de recuperação da cidadania, há, por seu turno, a de recuperação socioambiental da cidade, de onde advém a possibilidade de reencontro do velho com sua cidadania, tomando parte da vivificação do lugar e dos significados ali contidos.
Quando, nos dias de hoje, quer-se recuperar a paisagem natural e do patrimônio deteriorados, remontando as razões das perdas das praças, dos mananciais, dos fluxos de outrora, os pilares simbólicos da restituição estão nos velhos do lugar a quem é preciso re-trazer para o espaço da vida coletiva, sobretudo quando este espaço está dotado de novas arenas políticas de discussão do seu destino.
O recurso da memória pode trazer, para os fóruns ambientais, por exemplo, uma outra tradução dos acontecimentos do lugar bem como dos valores subjacentes, lançando luzes sobre o que se julgava esclarecido, ou abrindo caminhos onde se julgava ter alcançado o fim da estrada. Através da memória, a narrativa do evento passa a conter a fala de um sujeito que o vivenciou e carrega experiências e transformações pessoais e de seu grupo social.
Os espaços têm sido modificados com rapidez e de forma cada vez mais impactante. Para os mais jovens, acostumados com mudanças rápidas, com o corre-corre do dia a dia, essas modificações por vezes passam desapercebidas e a ligação dos mesmos com o território é ainda frágil. As narrativas que contemplam um recorte temporal longo podem, por ilustração, elucidar quem são os sujeitos e quais as ações que resultaram na perda da biodiversidade de um manancial local, descortinando os processos sociais que transformaram-no, de um abrigo à vida, em um esgoto a céu aberto. A promoção de tais narrativas através de novos espaços decisórios, como os das chamadas novas institucionalidades em torno da questão ambiental – comitês de bacia, conselhos municipais de meio ambiente e outros – pode fomentar nos novos do lugar ânimo para assumirem o protagonismo para a mudança qualitativa da paisagem em deterioração. A ruína deixa de ter a forma de algo que sempre foi para ser algo que é pela cumplicidade dos cidadãos; logo, , as narrativas podem fazer cessar tais cumplicidades e ser um sopro de reflexividade para o fazer citadino.
Um fato acontecido, quando relembrado, sempre traz consigo toda a carga de mudanças pessoais pelas quais o velho passou e, por conseguinte, o seu grupo social. (…)
na maior parte das vezes, lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir, repensar, com imagens e idéias de hoje, as experiências do passado. A memória não é sonho, é trabalho (…), o ancião não sonha quando rememora: desempenha uma função para a qual está maduro, a religiosa função de unir o começo ao fim, de tranqüilizar as águas revoltas do presente alargando suas margens. (Bosi, 1994, pp. 55, 82)
A urbanização, ao modificar de maneira tão intensa as relações entre o meio natural e a cidade, provoca entre ambas uma união completa e uma solidariedade indestrutível não permitindo mais a adoção de ações isoladas. Para Leite (1993), refletir sobre soluções parciais, gerar métodos de estudo, tratamento e propostas para questões genericamente intituladas de ecológicas, naturais ou econômicas, não tem nenhuma utilidade prática num momento em que o significado dos lugares deve ser explicado pela totalidade das relações entre os elementos físicos, naturais, culturais, políticos e econômicos que o constituem. Quem tem uma visão mais processual e integrada dessas interações são os que exercitaram vários papéis ao longo do tempo no território e, assim, apresentam um olhar qualificado sobre a história socioambiental do lugar. A presença do velho no projeto político de refazimento do lugar deve, pois, ser seriamente reconsiderada.
Conclusões
A memória é parte do sentimento de identidade, quer individual, quer coletivo, na proporção em que ela é também parte essencial do sentimento de pertencimento e de continuidade de um indivíduo ou de um grupo em sua ligação com seu espaço e sua história.
O velho tem a função social de lembrar. Isso se dá não pelo fato de tornar-se incapaz de exercer outras funções, mas, sobretudo, por poder voltar seu olhar para trás, lá onde estão suas percepções e reflexões sobre o vivido individual e coletivo. O ato de rememorar exige lucidez, uma grande atividade de reconhecimento e capacidade de não confundir o presente com o passado, de saber confrontar as lembranças com as imagens atuais.
Para a cidadania do velho, é importante ser reconhecido como portador da memória histórico-social do lugar pois o reconhecimento implica em continuidade das relações sociais que lhes são caras, permanecendo no presente das interações com o grupo social de convivência e parte integrante de um processo social que segue em frente.
Referências Bibliográficas
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