Petrobras admite que deve manter produção de gás na Bolívia
9 de maio de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos
O Brasil não pode abrir mão do gás natural boliviano e por este motivo deve manter na Bolívia pelo menos os investimentos necessários para garantir o abastecimento do País, avaliou nesta terça-feira (08) o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. “A Petrobras não pode largar a produção na Bolívia. Quem vai produzir lá?”, disse Costa a jornalistas no lançamento da pedra fundamental do Centro de Integração do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, em São Gonçalo.
No domingo (06), o governo boliviano proibiu as exportações de petróleo e gasolina pela Petrobras a partir de suas duas refinarias na Bolívia, provocando forte reação do presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, que na segunda-feira (07), ameaçou deixar as atividades de refino no país vizinho. “Não dá para imaginar que vamos parar de importar da Bolívia, isso não vai acontecer”, disse Costa, lembrando que é necessário investir o mínimo para manter o nível atual de produção.
O governo da Bolívia oferece pelas refinarias um preço bem inferior do pretendido pela Petrobras, e o Brasil deu na segunda-feira um prazo de dois dias para obter uma resposta das negociações. Segundo fonte da estatal, o valor dos ativos pedido pela Petrobras não será mais de US$ 200 milhões, como havia sido especulado inicialmente, e deve variar entre US$ 120 milhões e US$ 160 milhões. O governo boliviano, no entanto, teria proposto pagar apenas US$ 60 milhões, abaixo do custo da compra, em 1999, de US$ 102 milhões.
Se não houver acordo, afirmou o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, a empresa recorrerá às cortes internacionais. ´Vamos apelar para todas as formas jurídicas para contestar a expropriação de nosso fluxo de caixa.´
O diretor explicou, no entanto, que novos investimentos estão suspensos até que a Bolívia anuncie a sua posição sobre a oferta de venda feita pela Petrobras de suas refinarias instaladas naquele país. “Você não vai fazer investimentos sem saber o que vai acontecer. Eu diria que todos os investimentos vão ser reavaliados”, afirmou. Gabrielli deu prazo de até quarta-feira, 9, à meia-noite para o governo de Evo Morales decidir se aceita a proposta de venda das refinarias.
Risco Bolívia – Costa lembrou que a Petrobras está fazendo um esforço para aumentar a oferta de gás no Brasil, para amenizar o risco Bolívia no longo prazo, citando como exemplo o Plangás, um plano de incremento da produção que prevê mais 25 milhões de metros cúbicos de gás natural nacional diários entre 2008 e 2009, além da importação de Gás Natural Liquefeito (GNL).
Ele anunciou ainda que em agosto será iniciada a terraplanagem da refinaria em Pernambuco, projeto conjunto com a venezuelana PDVSA, com capacidade para refinar 200 mil barris diários de petróleo, mas admitiu que ainda não foi assinado o contrato final entre as duas companhias. “A PDVSA ainda não assinou, estamos ainda no memorando de entendimentos”, afirmou.
Fonte:Estadão Online