Petrobras se retira de projeto de gás na Venezuela

13 de novembro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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A Petrobras não irá mais investir no projeto conjunto com a estatal PDVSA (Petroleos de Venezuela) para desenvolvimento do campo de Mariscal Sucre, disse nesta terça-feira o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, segundo a agência de notícias Reuters.

“Estamos fora do projeto de Mariscal Sucre”, disse Gabrielli. “Nossa avaliação do campo mostrou que ele não é atrativo para nós.” O presidente da Petrobras não deu maiores detalhes. Segundo analistas ouvidos pela agência, a dissolução da parceria para o projeto se deve a divergências sobre o uso que seria feito do gás obtido em Mariscal Sucre: a Venezuela usaria o produto para abastecer seu mercado local, enquanto a Petrobras teria planos de liqüefazer o gás para exportação.

No mês passado, o ministro das Finanças da Venezuela, Rodrigo Cabezas, disse que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez deverão se encontrar em dezembro. Na pauta estariam acordos de integração e cooperação energética, além de propostas de investimento e projetos como o do Gasoduto do Sul.

Em setembro, em encontro bilateral em Manaus, os dois presidentes haviam concordado em participar de reuniões trimestrais para acompanhar os acordos de cooperação na área energética e de investimentos. Nessa visita, foram canceladas as negociações de acordos entre a Petrobras e a PDVSA.

Sobre os investimentos da Petrobras na Bolívia, Gabrielli disse que a empresa mantém negociações com o governo de Evo Morales. “estamos considerando a possibilidade de novos investimentos em exploração”, disse.

Na semana passada, a Petrobras e o governo boliviano informaram que criarão empresas mistas para explorar e produzir novas áreas de gás na Bolívia. Os detalhes da sociedade entre a Petrobras e a estatal boliviana YPFB ainda serão negociados nas próximas semanas para que estejam definidos antes da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Bolívia, em 12 de dezembro.

A Bolívia vive uma crise de produção de gás por falta de investimentos desde 2003. A esperança do governo é que, com a volta dos investimentos da Petrobras, aumente o abastecimento ao mercado interno e à Argentina no curto prazo. A Petrobras hoje atua na exploração dos megacampos bolivianos de San Alberto e San Antonio, que abastecem o Brasil.

Fonte:FolhaNews