Relatório da ONU sugere que países usem o etanol

4 de maio de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Fonte:Genebra/AE

O relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU vai sugerir, hoje, que os governos dêem ênfase ao etanol para a expansão do consumo como energia até 2020, a fim de reduzir as emissões de CO2. A intenção é, em um primeiro momento, estabilizar a concentração do gás na atmosfera para que o aumento da temperatura não ultrapasse os 2zC em 2030.

Fontes das Nações Unidas que estão na Tailândia para a reunião do IPCC revelam que a recomendação deve fazer parte do documento final, assim como a constatação de que o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar teria um impacto ambiental mais favorável que o uso do milho para a produção do biocombustível.

Hoje, o grupo deve anunciar o que acredita ser a melhor estratégia para lidar com as mudanças climáticas. Os biocombustíveis ganham importância diante do aumento da frota de carros no mundo. O texto indicará que uma segunda geração do etanol, com base em celulose, deve ser desenvolvida e disponibilizada nos próximos anos para que o combustível possa de fato se expandir pelos países ricos. Isso evitaria o uso do milho, que apresenta impactos negativos no ambiente, no preço de alimentos e no uso da terra para a produção de combustível em vez de comida.

Em janeiro, Washington anunciou investimentos de US$ 250 milhões no estudo de etanol produzido a partir de celulose. O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou quatro reuniões entre cientistas brasileiros e americanos, que ocorrerão até julho, para debater pesquisas sobre a segunda geração do etanol.

Isso porque a cana não apresenta problemas ambientais tão graves quanto o milho, mas poucos países ricos teriam acesso a ela, pois a cana depende de uma série de condições ambientais para crescer. Brasil e Estados Unidos são os maiores produtores de etanol do mundo.

Ambientalistas que participam da reunião como observadores, ou seja, não têm poder para alterar o texto, estão preocupados com o estímulo exacerbado aos biocombustíveis. Eles temem que isso promova o avanço da agricultura sobre áreas florestais, como a Amazônia, para plantar matéria-prima para etanol ou para compensar o aumento de procura por terra cultivável.