Revitalizado, morro da cai d’aguá será entregue 3ª como atrativo

17 de setembro de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos

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Abandonado e esquecido pela população cuiabana há 67 anos, o Morro da Caixa D’água Velha será novamente um local cheio de atrativos, contemplação e preservação da história sobre o abastecimento de água em Cuiabá. O lugar, que ficou conhecido por abrigar ensaios do tradicional bloco carnavalesco “Beleza Pura”, foi restaurado e revitalizado pela prefeitura de Cuiabá e será entregue nesta semana.

No morro, foi construído, em 1882, um reservatório subterrâneo com capacidade para armazenar um milhão de litros d’água. “A água vinha do rio pela hidráulica do Porto, que era movida por máquinas a vapor e abastecia a população cuiabana de água potável por gravidade”, disse a presidente do Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Adriana Bussiki.

Na época, conta Adriana, a Capital tinha cerca de 20 mil habitantes, que se serviram da caixa d’água até 1940, quando foi inaugurada a primeira estação de tratamento da cidade. Depois de desativada, a caixa d’água se tornou um monumento histórico, tombada pela Câmara Municipal em 1991, por lei de autoria do ex-vereador e atual secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Chico Daltro.

“Tudo estava coberto por terra. Não existia mais acesso. Com a movimentação da terra, abrimos a entrada para o museu constituído pelos três vãos (que lembram aquedutos) em arco romano e ogival”, observou Adriana Bussiki. Os vãos possuem 13 metros e meio de largura e cada um tem 45 metros de cumprimento.

Embora coberto pela terra, o reservatório manteve sua muralha preservada, assim como a vegetação do morro, constituída por árvores como a ximbuva, utilizada para fabricação de viola de cocho. A idéia é que o museu seja um espaço para mostras permanentes e itinerantes ligadas à cultural regional.

Segundo Adriana, a primeira ala, que terá entrada paga, irá abrigar uma exposição permanente sobre a história do abastecimento de água em Cuiabá. A segunda ficará livre para que os visitantes possam conhecer melhor e identificar o material usado na época para construção. Já no terceiro, acontecerão exposições de arte.

Internamente, além da limpeza, foi feita impermeabilização das paredes e o piso que era de chão batido foi revestido com cimento branco queimado e com detalhes em ladrilho hidráulico, contendo o desenho de um dos ícones da cultura e culinária cuiabana: o peixe.

Na parte externa, a iluminação será feita por postes modernos fazendo contraponto ao verde e o paisagismo do local. Um deck de madeira emoldura a grande ximbuva, de onde o visitante poderá contemplar parte da cidade que cresceu, mas que continua acolhedora e aconchegante.

Já no eixo da rua Desembargador Ferreira Mendes, um aqueduto de 18 metros de cumprimento com uma cascata de sete metros de altura irá se encontrar com outros espelhos d’água.

A obra, que custou R$ 477 mil, será inaugurada terça-feira, às 17 horas, com entrada livre neste dia para o museu.

Fonte:Diário de Cuiabá