Sindipetróleo aciona MPE
3 de abril de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 2 minutos
Face às colocações do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado (Sindálcool) de que não existe desabastecimento de álcool no mercado local, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetróleo) protocolou junto ao Ministério Público Estadual (MPE) cópias de recentes notas fiscais de produtos adquiridos pelos postos, comprovando aumento nos preços nas últimas semanas.
“Queremos saber por que os preços aumentaram e por que as usinas estão sem álcool, uma vez que as informações veiculadas na imprensa apontam que o abastecimento está normal”, afirma o presidente do Sindipetróleo, Fernando Chaparro.
O ofício do sindicato, endereçado ao promotor de Defesa da Cidadania e Consumidor, Ezequiel Borges de Campos – o mesmo que no final de 2006 impetrou liminares estabelecendo teto de 20% de margem lucro para 20 postos em Cuiabá – foi protocolado na última sexta-feira à tarde. “Esperamos que o MPE se pronuncie em breve, pois a situação dos postos é de calamidade. Não há álcool e os preços subiram exageradamente nos últimos dias”, reclama Chaparro.
Por meio da assessoria de imprensa, o promotor informou que até à tarde de ontem, o documento não havia chegado as suas mãos. O Sindipetróleo aguarda uma posição do Ministério Público Estadual ainda esta semana.
Levantamento do Sindipetróleo mostra que os reajustes nos postos da Grande Cuiabá tiveram alta entre 20% e 30% – somente nos últimos de 15 dias -, em relação aos preços adotados nas últimas semanas, que passaram de cerca de cerca de R$ 1,63 para até R$ 2,05 (+25%). Se a comparação de preços levar em conta valores que chegaram a R$ 1,43 pelo litro do combustível no início do mês passado, a alta atinge mais de 43%.
Outra informação é de que pelo menos 30% dos postos da Grande Cuiabá (cerca de 200) estariam sem o combustível.
“As distribuidoras alegam falta de estoque nas usinas e preços mais altos praticados por eles (usinas). Queremos saber o que está acontecendo no mercado de álcool hidratado e se há uma previsão de regularização do abastecimento”, diz.
No protocolo encaminhado ao promotor Ezequiel Borges de Campos, o Sindipetróleo apresenta cópias de notas fiscais de preços de custos do álcool para os postos (valores comercializados pelas distribuidoras). O preço de custo mais alto foi o de um posto Simarelli, que chegou a R$ 1,78 no último dia 30 de março.
“Para o posto este preço é inviável, pois se aplicar a margem de lucro (bruta) de 20% para ficar com uma margem [líquida] de 5%, a empresa terá que vender o produto para o consumidor por R$ 2,13 o litro”, afirma o proprietário de um posto da Avenida Rubens de Mendonça.
Outra nota fiscal de venda, emitida pela Ipiranga, mostra o preço [de custo] do álcool para um posto em R$ 1,74, no dia 26 de março, e de R$ 1,68, no último dia 28. Ainda no dia 26 de março, a distribuidora Idaza vendeu álcool por até R$ 1,70 para um posto de Cuiabá. E, no último dia 30, a distribuidora Aspen comercializou o produto por R$ 1,69/litro. (Ver quadro). Por posicionamento do sindicato patronal o nome dos postos que apresentaram as notas fiscais não foram divulgados. (Veja mais na página C2)
Fonte:Diário de Cuiabá