Sorriso pode ter perdido R$ 200 milhões na safra

20 de julho de 2007, às 0h00 - Tempo de leitura aproximado: 1 minuto

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Na pesquisa do IBGE, o valor da produção de Sorriso (460 quilômetros ao médio norte de Cuiabá) recuou 23,5% entre uma safra e outra. Em cidades como Lucas, Sapezal e Campo Verde, a defasagem entre os ciclos produtivos foi de 39,1%, 33,4% e 53,1%, respectivamente. (Veja quadro ao lado).

Com a nova imposição do mercado, o topo do ranking em valor de produção passou para São Desidério (BA), que, apesar das quedas de 17,6% em volume de produção e de 16,8% no valor da safra, superou Sapezal e Campo Verde, que tiveram reduções ainda maiores, devido à menor produção e aos preços baixos de seus principais produtos: soja, milho e algodão herbáceo.

O sojicultor e tesoureiro do Sindicato Rural de Sorriso, Argino Bedin, conta que na safra de 2006 não teve mais prejuízos porque conseguiu, por meios dos leilões da Conab, a amenizar as perdas. Somente por questões climáticas – chuvas em plena colheita – contabilizou perdas de produção entre 5% a 7%. “Comercializei grãos ardidos por preços mais baixos, mas pelo menos vendi, o que também amenizou as perdas”, lembra. Naquele ciclo Bedin cultivou 9,6 mil/ha e obteve produtividade – que considerou regular -, de 56 sacas/ha.

“Nosso maior vilão é o dólar defasado e o custo do óleo diesel. Este último abocanha até 60% do valor da saca, levando em consideração um frete até Paranaguá”, relata. Bedin, conta ainda que, com o litro do óleo diesel acima de US$ 1, “é certo o desequilíbrio financeiro do produtor. Na Argentina, por exemplo, o diesel custa US$ 0,30 o litro. Não fossem essas desigualdades, estaríamos gerando mais empregos e divisas às regiões onde atuamos”. (MP)

Fonte:Diário de Cuiabá